A arte do egoísmo
Neste texto trago mais perguntas que respostas, mas talvez porque eu ainda esteja tentando descobrir
Acredito que hoje o que as pessoas consideram egoísmo é, na verdade, qualquer limite que você coloca a como gostaria de ser tratado.
Esse pensamento me veio após a grande polêmica da mulher do avião. Pensei: é um absurdo você pagar pelo seu assento e se planejar para vir um terceiro, alguém que você nem conhece, e querer tirar um direito seu.
“A sua falta de planejamento, não significa uma urgência minha”, não sei onde vi essa frase, mas gosto dela.
Limite X Egoísmo
Eu sempre me considerei uma pessoa independente, gosto de ficar sozinha, gosto da minha própria companhia. O que torna difícil eu gostar das pessoas.
Você precisa me tratar igual ou melhor do que eu trato eu mesma pra eu querer sua companhia.
Não vejo problema em ir em um show sozinha, até gosto.
Mas não é solitário? Talvez seja a filha única em mim falando, mas eu não acho. Se a pessoa quiser ir comigo e gostar daquilo, eu amo a companhia. Mas, se você esta indo só para me agradar. Ou pior ainda, para ficar de cara fechada e reclamando NÃO VAI. Aquela famosa frase: “Antes só do que mal-acompanhado”.
Seria eu uma pessoa egoísta?
Hoje, não sei a resposta para essa pergunta, honestamente. Talvez dependa da forma que você olha. Eu me priorizo, afinal quem mais faria isso por mim? Mas até onde se colocar em primeiro lugar é um limite?
Isso significa que eu só faço o que eu quero? Claro que não, todos temos obrigações. Eu trabalho quando não quero, eu tomo o remédio ruim para melhorar, eu acompanho minha amiga no médico pra ela não ficar sozinha, eu ajudo minha mãe na cozinha. Mas, são coisas que eu faço, porque primeiramente não me fará mal, será um favor que eu perderei um pouco de tempo, mas que não irá me prejudicar. E, afinal, é um favor que EU quero fazer, para pessoas que EU amo, que EU sei que fariam por mim também.
Até onde vai o companheirismo?
Vejo muito essa diferença entre homens e mulheres. Principalmente, em casais (mas isso acontece em amizades também). A mulher se desdobra em duas, remarca compromissos, desmarca saídas com as amigas, tudo para se adequar a agenda do marido. Enquanto, ele marca as coisas sem nem antes perguntar.
Eu sempre fui da linha, você precisa se amar mais do que ama ele. Morro de medo de virar uma empregada, não remunerada, uma mãe, sem ter parido, uma puta, sem liberdade. Mas, o amor cega. Vejo mulheres incríveis se reduzindo para caber no bolso do marido sem graça. Até onde vai o amor? Até onde vai o companheirismo? Onde cruzamos a linha entre limite e egoísmo?
É egoísmo priorizar o meu trabalho? É egoísmo não lavar as suas camisas, já que eu já vou lavar as minhas mesmo? É egoísmo fazer o sanduíche só pra mim?
Este é o problema dos favores, começa com é só uma vez, você já vai estar fazendo o seu mesmo, qual o problema fazer logo os 2? O problema é que o favor vira rotina e depois de um mês nem o “obrigado” se vê mais.
O medo de virar o outro lado
Eu espero nunca virar o problema, por medo de ser a escrava. Espero nunca me esquecer do obrigado, espero sempre perguntar se a pessoa também quer fazer aquilo, espero nunca invadir o espaço do outro, por medo de entregar o meu.
Espero só ser egoísta para aqueles que não sabem o real significado da palavra.
“É egoísmo priorizar o meu trabalho? É egoísmo não lavar as suas camisas, já que eu já vou lavar as minhas mesmo? É egoísmo fazer o sanduíche só pra mim?” Sensacional.
Estou viciada em ler tudo que você posta. ❤️